OSX tem quatro encomendas canceladas
OSX tem quatro encomendas canceladas
Valor Econômico -
A admissão da OGX de um fracasso na
produção de suas áreas na Bacia de Campos tem importante repercussão no
estaleiro OSX, que teve quatro encomendas canceladas. Com a suspensão
dos planos de produção futura da empresa irmã, o estaleiro, cujo projeto
tinha relação visceral com a OGX, teve canceladas as encomendas das
plataformas OSX 4 e 5 e das WHPs 1, 3 e 4. O estaleiro ganhou um fôlego
para negociar com os credores porque vai receber US$ 449 milhões
imediatamente, como informaram a OGX e OSX em fato relevante publicado
pelas duas companhias ontem.
Do
total que vai receber, 70% precisa ser empregado na conclusão de duas
plataformas - FSPO OSX-3 e WHP -2 - que irão para o campo de Tubarão
Martelo. É uma forma de acatar exigência da Petronas, que condicionou o
pagamento de US$ 500 milhões do valor de compra de 40% do campo (por US$
850 milhões) à entrega das duas plataformas.
O
OSX vai concluir três encomendas - uma para a Sapura e duas para a
Petrobras - e deve parar a atividade de construção naval por falta de
encomendas até o momento. Diante da situação, a empresa informou, em
maio, que mantém "vários diálogos e iniciativas", que continuarão em
curso com financiadores, colaboradores, fornecedores e demais
acionistas, "tendo em vista necessidades de readequação a tal
atualização, em linha com o faseamento do estaleiro do Açu".
A
OSX é, de longe a empresa mais problemática do conglomerado de Eike
Batista. Passa a ter apenas a receita vinda do aluguel das plataformas
já alugadas ou com contrato, das quais duas ainda estão sendo
construídas no exterior. A atividades de leasing e as plataformas valem,
segundo fontes do mercado, cerca de US$ 1,2 bilhão. Os contratos de
afretamento com a empresa irmã foram encurtados dos 20/25 anos para
12/13 anos.
A
plataforma OSX-1, atualmente conectada ao campo de Tubarão Azul, será
oferecida ao mercado quando esse campo parar de produzir no próximo ano.
A petroleira vai cumprir o contrato de aluguel, apesar de ser informada
que o campo pode deixar de produzir em 2014.
Já
as plataformas OSX-3 e WHP-2 estão em construção e serão afretadas pela
OGX/Petronas para o campo de Tubarão Martelo até o término dos
contratos, em aproximadamente 13 anos. A OSX-2, que ia para os campos
que serão devolvidos, ainda precisa de financiamento e está à venda no
mercado. Pode ser enviada para o desenvolvimento do campo de Atlanta,
operado pela Queiroz Galvão.
Devido
a seu momento delicado, por sugestão do BTG Pactual, que assessora a
EBX, a OSX contratou a Alvarez & Marsal, que tem entre suas
especialidades processos de reestruturação empresarial. A consultoria
tem conversado com os credores da OSX isoladamente. No entanto, a
situação da companhia é delicada. Diferentemente das outras empresas de
Eike na bolsa, a OSX não possui um projeto; surgiu para atender
principalmente às necessidades da petroleira OGX e também da LLX, de
logística.
Existe
a avaliação de que se a OSX optasse por uma recuperação judicial,
haveria grande possibilidade de que um juiz decretasse a falência da
companhia, uma vez que ela não tem um projeto próprio que possa ser
sanado. A falência seria muito prejudicial à imagem do grupo.
Questionada
pelo Valor sobre a possibilidade de avaliar uma recuperação judicial, a
OSX informou que prevê a priorização dos projetos geradores de caixa da
unidade de leasing e o faseamento da obra de implantação do estaleiro,
visando à conclusão instalação da fase inicial para atender a atual
carteira de encomendas dos clientes.
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