OGX já busca compradores que a salvem
Folha de São Paulo -
O empresário, que detém hoje 59%
das ações da companhia, já aceitou abrir mão de seu controle para
viabilizar a operação, apurou a 'Folha' com executivos próximos a Eike e
ao banco BTG Pactual, que assessora o grupo X.
Eike
autorizou o banco a iniciar um processo de venda da companhia para
atrair novos sócios ao negócio. O próprio BTG já manifestou interesse em
assumir uma parcela da empresa se necessário.
Para
banqueiros, é mais fácil conseguir um bom preço negociando a OGX por
fatias em vez de tentar passá la a um só comprador. Assim, o risco se
dilui entre os novos sócios, que tenderiam a exigir desconto menor no
valor a pagar.
A
fatia final que restará a Eike, caso o processo seja bem-sucedido, é
incerta, pois dependerá de quanto os investidores estarão dispostos a
desembolsar pela empresa.
Não
se descarta, no entanto, a possibilidade de a porção do empresário ser
reduzida a até 25%, abrindo espaço para aportes maiores na OGX.
Há
consenso entre os banqueiros do BTG e os executivos de Eike de que a
venda não será fácil, diante do baixo valor de mercado e das
dificuldades de caixa da empresa.
Estratégia
A
aposta é tentar convencer interessados de que os ativos da companhia
valem mais do que o mercado está disposto a pagar no momento.
"Atrair
um sócio implicará termos desvantajosos, mas a OGX já passou desta
fase", avalia Roberto Altenhofen, da Empiricus Research. "Agora é a
busca por sobrevivência".
Entre
os interessados, está a petroleira russa Lukoil, que iniciou conversas
com o grupo neste ano para assumir até 40% da OGX, como revelou a
'Folha'. A negociação, porém, não será mais exclusiva.
O
processo estava em estágio avançado, e um escritório no Brasil já havia
sido acionado pelos russos em abril para esquadrinhar dados da OGX.
Eike e os russos, contudo, não chegaram a um acordo sobre preço até o momento.
Sem
um cheque irrecusável na mesa, o lado político pesou, segundo
executivos da EBX. A Petrobras, que Eike vê como peça valiosa para o
plano de resgate do grupo, sinalizou que não via com bons olhos a
associação aos russos.
Além
de eventuais parcerias em campos operados pela Petrobras, executivos da
OGX esperam conseguir "vender" a petroleira de Eike como parceira ideal
para empresas estrangeiras investirem no pré-sal, cujas licitações
serão coordenadas pela estatal.
Procuradas, a OGX e o BTG Pactual não quiseram comentar as informações.
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