O que tira o sono do RI – Casos práticos

O segundo painel do evento promovido pelo IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) e pela ABRASCA (Associação Brasileira das Companhias Abertas) que aconteceu no dia 04 de julho, na FECOMERCIO, trouxe experiências práticas sobre o que tira o sono dos profissionais de RI em momentos de crise. Moderado por Luiz Spínola, vice-presidente da ABRASCA e do Conselho Diretor da Cremer S\A, o painel contou com a participação de Jeremiah Alphonsus O'Callaghan, diretor de RI da JBS; André Luiz Gonçalves, gerente-geral de RI da Fibria Celulose S\A e Elcio Ito, diretor de finanças e RI da BRF Foods.
Elcio Ito iniciou o debate explicando que no momento em que a empresa negociou na bolsa enfrentou situações de estresse que foram resolvidas com a democratização da informação. "Havia o julgamento do investidor somado ao cenário que se desenhava, que era o de incertezas. Em razão disso, decidimos colocar claramente para todos os perfis de investidores o máximo de informações disponíveis para que eles optem pela melhor decisão a ser tomada. É colocar na prática a essência da Governança Corporativa”, comentou.
O executivo da Fibria, antes de falar sobre as situações de crise que lhe tiraram o sono e de como se organizou para enfrentar e solucionar os problemas preferiu relembrar o momento econômico daquela época (2008) onde havia um forte fator de risco: a desvalorização cambial. "A empresa enfrentou problemas com os derivativos sem poder divulgar o valor dessa perda. As ações da companhia caíram muito e como a presença de investidores estrangeiros era grande eles simplesmente venderam as ações, o que é perfeitamente normal”, conta. Mas quando o mercado não possui  a informação clara, reage imediatamente e de forma negativa. Foi um momento marcante”, relembra o gerente geral de RI da Fibria. "É importante, nos períodos de crise, a empresa se posicionar, prestar contas aos seus investidores. Isso sim tirou meu sono”, desabafou André Luiz Gonçalves.
Jeremiah O'Callaghan, diretor de RI da JBS, também compartilha da mesma orientação de Gonçalves. Para o diretor de RI do JBS as empresas precisam conhecer muito bem todos os seus públicos para poder levar a informação relevante e não apenas pulverizar a mesma informação. "Além de dominar os aspectos técnicos e conhecer profundamente o modo de gestão da empresa o profissional de RI deve se comunicar bem”, esclarece. "Sofremos por não fazer nada em 2008, momento de volatilidade cambial e também um período de internacionalização da JBS”, disse. "A comunicação sempre se faz necessária, até mesmo quando se faz aquisições. Por não nos comunicarmos adequadamente, sofremos as consequências. Tivemos de fazer todos os esforços para provar o valor da empresa e do nosso produto. Isso me tirou o sono”, completou.

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