Natação leva alunos com déficit intelectual a conquistar recordes

Vinte nadadores com Síndrome de Down, autismo e déficit cognitivo treina na piscina do Caio Martins

Recordes mundiais, sucesso e superação nas piscinas da Dinamarca, do México e da Argentina. Essas são algumas das conquistas de um grupo muito especial que participa, todas as sextas-feiras e sábados, entre 8h30m e 10h, de aulas de natação para pessoas com algum tipo de deficiência intelectual na piscina do Ginásio do Caio Martins, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Apoiados pela Secretaria de Esporte e Lazer, os atletas diferenciados encaram tudo com bom-humor e seriedade.

- Estamos, desde 2005, levando esse projeto adiante com o apoio do Governo do Estado. É um trabalho muito importante, pois mexe com o desenvolvimento social, físico e afetivo de pessoas com Síndrome de Down, autismo ou algum déficit cognitivo. Aqui, montamos as bases para a evolução deles. E isso vai além de marcas em competições e traduz o respeito pela individualidade de cada um - aponta a idealizadora do projeto "Natação sem Barreiras", a professora Idalina Machado.

Apesar da cobrança para que os atletas superem seus limites, Idalina é uma unanimidade entre os 20 alunos:

- O pessoal está bem inflamado, animado com as competições. Para eles, qualquer evento é motivador. Eu tenho que cobrar, mas sem exigir demais - destaca.

Os resultados das provas disputadas demonstram a "animação" da equipe. Pedro Fernandes Domingues, de 21 anos, bateu os recordes mundiais de natação para portadores da Síndrome de Down nos 200 metros livre e nos 200m medley no último campeonato na Dinamarca.

- Dentro da piscina, viro uma máquina. Quero sempre ser o melhor - revelou o nadador.

Outro detentor de um prêmio, Gutenberg de Souza Ferraz, de 28 anos, que tem déficit cognitivo e recebe o Bolsa-Atleta da Secretaria de Esporte e Lazer, ganhou a Medalha de Bronze, no Parapan do México, no estilo 100m costas. Outra beneficiada pelo Bolsa-Atleta da secretaria, Fernanda Honorato tem se destacado nos estilos borboleta e crown.

- Quando entro na água, é adrenalina pura. É muito bom participar desse grupo. Aqui, somos uma família - declara a nadadora, que tem Síndrome de Down.

Mas a busca por recordes e vitórias nas competições não mobiliza apenas os alunos. Mãe do atleta Thiago Pompeu, a diretora social da Ong Sociedade Síndrome de Down, Tereza Borges, diz que a oportunidade que esse grupo tem de conhecer outros países e outras pessoas como eles "não tem preço".

- Além desse lado social, tem um lado físico muito importante. Pessoas com Down, geralmente, são gordas e flácidas, em virtude da hipotonia. Aqui, com o esporte, elas se desenvolvem mais, não são tão gordas e trabalham melhor a coordenação motora - explica.

Agora, o grupo só pensa em treinar para buscar bons resultados nas Paralimpíadas de 2016:

- É um grande sonho meu participar das Paralimpíadas aqui no Rio de Janeiro. Ter condições de disputar e ganhar me anima - finaliza Fernanda Honorato.

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