Movimentação portuária cai 0,5 no 1º trimestre
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) divulgou o Boletim Portuário do 1º trimestre de 2013.
Segundo o documento, a movimentação de carga no conjunto das
instalações portuárias brasileiras caiu 0,5% no 1º trimestre de 2013 em
comparação com o mesmo período do ano anterior. Nos três primeiros meses
de 2013, as instalações portuárias do país (portos públicos e terminais
privados) movimentaram 204,7 milhões de toneladas, contra 205,7 milhões
em igual período do ano passado.
Na
análise por natureza da carga, a movimentação de granéis sólidos
alcançou a marca de 120,2 milhões de toneladas brutas, representando um
crescimento de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior; a de
granéis líquidos, 52,1 milhões de toneladas, valor 5,0% inferior ao
montante movimentado no mesmo período de 2012; e a de carga geral (carga
geral solta + carga geral conteinerizada), 32,4 milhões de toneladas, o
que representou uma aumento de 2,3%.
A
movimentação de contêineres, por sua vez, sofreu uma redução de 0,82%
em relação ao 1º trimestre de 2012; foram movimentados no período 1,9
milhões de TEUs. Contudo, em termos de peso bruto, a movimentação de
contêineres atingiu a marca de 20,9 milhões de toneladas; quantidade
3,52% superior à observada no mesmo período do ano anterior.
Na
análise por tipo de instalação, os portos organizados apresentaram um
crescimento na movimentação de 0,8%, em comparação ao 1º trimestre de
2012, enquanto os terminais privados tiveram uma redução de 1,2% no
período. No primeiro trimestre de 2013, os portos organizados
movimentaram 71,3 milhões de toneladas de carga bruta, enquanto os
terminais privados movimentaram cerca de 133 milhões de toneladas
brutas.
Segundo
o levantamento da Agência, a conjuntura econômica externa desfavorável e
o baixo desempenho da economia nacional influenciaram a performance do
setor portuário brasileiro no primeiro trimestre de 2013. “O crescimento
de apenas 1,9% do PIB em relação ao mesmo trimestre de 2012 e o déficit
de US$ 5,1 bilhões na balança comercial brasileira contribuíram, em
grande medida, para a queda da movimentação portuária em cerca de 1
milhão de toneladas no período”, avaliou o gerente de Estudos e
Desempenho Portuário da Agência, Fernando Serra.
No
cenário externo - aponta o estudo - o destaque foi a desaceleração da
economia chinesa, que caiu para 7,7% no primeiro trimestre de 2013, após
bater 14,2% em 2007. A queda nos preços das commodities também
influenciou a menor movimentação das instalações portuárias brasileiras
no início deste ano, sendo observada uma redução de 5,45% do índice CRB -
Commodity Research Bureau nos dois primeiros meses de 2013 em relação
ao mesmo período de 2012.
Entre
os principais grupos de mercadorias movimentadas, os que tiveram maior
crescimento nos três primeiros meses de 2013 foram o milho (298,3%), o
açúcar (63,5%) e fertilizantes (22,1%). Entre as variações negativas
destacaram-se a soja (-25,4%), bauxita (-5,7%), combustíveis e óleos
minerais (-5,1%) e minério de ferro (-2,2%).
Acompanhando
a tendência do trimestre passado, o milho foi o grupo de mercadoria que
apresentou a variação de crescimento mais expressiva. Por outro lado, a
expressiva queda apresentada na movimentação de soja é atribuída pelos
analistas à alta dos custos logísticos do país.
Instalações
Embora
os portos organizados tenham apresentado um melhor desempenho em termos
da tonelagem movimentada, os terminais privados mantêm-se como os
principais responsáveis pela tonelagem de cargas movimentadas no Brasil.
No
primeiro trimestre de 2013, 65,1% da movimentação se deu por intermédio
de terminais privados, enquanto que os outros 34,8% deveram-se a
operações em portos organizados, “fato explicado pela forte participação
do minério de ferro e de combustíveis, óleos minerais e outros
derivados do petróleo na movimentação desses terminais”, aponta o
gerente de Estudos e Desempenho Portuário da Agência.
No
maior porto do país, Santos, os destaques no 1º trimestre de 2013 foram
as movimentações de açúcar e milho, que apresentaram, respectivamente,
crescimento de 118,2% e 769,4% em relação a igual período de 2012. Já os
portos de Itaguaí e Paranaguá - segundo e terceiro no ranking de
movimentação dos portos nacionais -, apresentaram queda na sua
movimentação de, respectivamente, 22,3% e 0,2% em relação ao mesmo
período de 2012. “No caso do Porto de Itaguaí, a queda deveu-se, em boa
parte, à redução acentuada da movimentação de minério de ferro, em cerca
de 3,3 milhões de toneladas”, explica Fernando Serra.
Navegação
A
movimentação de cargas na navegação de longo curso foi responsável por
71,9% do total, no período; a navegação de cabotagem por 24,2%; e a
navegação interior por 3,6%. Outros tipos de navegação (apoio portuário e
marítimo) responderam com, aproximadamente, 0,3% do total.
Entre
as modalidades de navegação a que apresentou o desempenho mais
expressivo foi a navegação interior, com crescimento de 3,6%. As
navegações de longo curso e cabotagem registraram queda no período de,
respectivamente -0,3% e -1,9%. O estudo da ANTAQ credita “o menor
dinamismo da navegação de longo curso ao cenário econômico internacional
incerto e ao desaquecimento do mercado doméstico”.
Comentários
Postar um comentário