Indústria fecha 4,5 mil vagas de trabalho em junho; Fiesp revisa para baixo estimativa para 2013


Segundo diretor de Economia da Fiesp e do Ciesp, Paulo Francini, resultado de junho “não incita grande otimismo”
A indústria paulista encerrou o mês de junho com 4,5 mil empregos a menos em comparação com o quadro de funcionários verificado em maio, mostrou a Pesquisa Nível de Emprego do Estado de São Paulo, divulgada pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). Segundo as entidades, o setor manufatureiro paulista deve encerrar 2013 com 20 mil empregos gerados. O prognóstico ficou abaixo da expectativa anterior da Fiesp e do Ciesp, que estimavam a criação de 30 mil vagas no ano.
“Não é um mês de junho bom e acho que vai ao tom do desempenho da própria economia brasileira desse ano”, afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp. “Estamos fazendo uma revisão das nossas projeções e a atividade da indústria de transformação vai para um valor mais próximo de 1%”, acrescentou. A Fiesp está revisando também seu prognóstico para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, com viés de baixa.
Apesar dos estímulos à atividade industrial dados pelo governo desde o ano passado, a indústria ainda não mostra vigor em sua trajetória de recuperação, uma vez que a retomada de crescimento deve acontecer com o tempo. Nem mesmo a correção da taxa de câmbio, uma demanda do setor manufatureiro, conseguiu dar fôlego à produção. Segundo Francini, a correção cambial é positiva para o desempenho da indústria, mas no médio prazo.
“A taxa de câmbio possui dois componentes: um que direciona para a geração de inflação e outro que melhora a atividade da indústria; porém, não ocorrem ao mesmo tempo”, afirmou o diretor.
Ele explicou que o efeito adverso da desvalorização cambial sobre a inflação acontece antes do efeito benéfico. “Como estamos em uma situação delicada de inflação, com uma taxa quase superior a meta, há um pouco de preocupação”, completou.
Para Francini, o patamar atual do dólar perto de R$2,20 é “de qualquer maneira uma melhora para indústria”.

Emprego em Junho
A Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo apontou uma queda de 0,23% em junho, considerados os efeitos sazonais, o equivalente a 4,5 demissões no mês.
De janeiro a junho deste ano foram gerados pela indústria paulista 59,5 mil empregos, com uma variação positiva de 2,31%. Mas a pesquisa revelou que nos últimos 12 meses foram fechados 28 mil postos de trabalho, o equivalente a uma queda de 1,05% no mês passado em relação a junho de 2012.
De acordo com Francini, a indústria de transformação não terá condições de recuperar a perda registrada em 2012, a demissão de pouco mais de 50 mil empregados.
Do total de demissões no mês, a indústria de açúcar e álcool foi responsável pelo fechamento de 2.670 vagas, enquanto os outros setores da indústria de transformação demitiram 1.830 trabalhadores em junho.
No acumulado do ano, a indústria sucroalcooleira criou 28.077 vagas, número que deve zerar ao final do ano com o término da colheita da safra 2013/2014. Já os outros segmentos do setor manufatureiro criaram 31.423 novos empregos desde janeiro até o mês passado.

Setores e regiões
Das atividades analisadas no levantamento, 12 computaram queda, oito fecharam o mês em alta e duas ficaram estáveis. O emprego no setor de Fabricação de Coque de Produtos Derivados do Petróleo e de Biocombustíveis registrou a maior queda do mês com 1,6%, o que representa a demissão de 790 empregados. Outro desempenho negativo foi o da indústria de Impressão e Reprodução de Gravações, que encerrou o mês com perdas de 1,5% ao fechar 676 vagas em junho.
O emprego nos setores de Produtos Diversos e de Outros Equipamentos de Transporte apurou ganhos no mês de 2,3% e 1,3% respectivamente. O segmento de Produtos Diversos contratou 1.490 empregados, enquanto a indústria de Outros Equipamentos de Transporte abriu 390 postos de trabalho.
A pesquisa da Fiesp e do Ciesp mostrou ainda que das 36 regiões analisadas, 19 apresentaram quadro negativo, 13 ficaram positivas e quatro regiões encerraram o mês estáveis.
Santos foi a cidade que apresentou a maior alta, com taxa de 2,20% em junho, impulsionada por Produtos Alimentícios (4,37%) e Confecção de Artigos do Vestuário (3%). A região de Santo André registrou ganho de 1,23% sob influência positiva dos setores de Produtos Diversos (26,52%) e Confecção de Artigos do Vestuário (5,26%).
O índice de emprego em Jacareí subiu 0,63%, influenciado por Produtos de Borracha e Material Plástico (4,28%) e Produtos de Minerais Não Metálicos (0,57%).
Entre as cidades com desempenho negativo, Araraquara computou a queda mais expressiva do mês com 2,06%, abatida pelas perdas em Produtos Têxteis (-6,48%) e Produtos de Borracha e Plástico (-2,15%). São Carlos fechou o mês com baixa de 1,79%, pressionada pelo desempenho ruim dos setores de Produtos Alimentícios (-8,31%) e Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (-5,13%). O emprego em Matão caiu 1,44%, com fortes perdas em Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (-6,81%) e Produtos Alimentícios (-3,92%).

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