Exposição na Casa da Cultura revela Graciliano
O painel de abertura da exposição Graciliano Ramos – A Ética da Escrita resume de maneira sucinta a obra do autor homenageado nesta edição da Flip, uma “crítica à concepção elitista da literatura”. Escritor sucinto e com temática voltada a temas sociais, Graciliano Ramos ganha uma bonita retrospectiva de sua vida e obra na Casa da Cultura, no centro histórico de Paraty. Mosaicos formados por pequenos quadros trazem fotos do autor com a família, reproduções de manuscritos, ilustrações, capas de edições de suas obras e saborosas curiosidades sobre o alagoano. Seu primeiro livro, Caetés, por exemplo, demorou alguns anos para ser publicado porque o editor perdera os originais enviados por Graciliano. Encontrou os papeis no bolso de um casaco de chuva no fundo do armário. Com dificuldades financeiras após o período que passou na cadeia, o escritor decidiu se inscrever em um concurso de livros infantis, levando o primeiro prêmio com A Terra dos Meninos Pelados. Mas a obra para crianças também trazia temas caros a Graciliano, como a exclusão e a discriminação. Vidas Secas, romance mais famoso do escritor, também foi escrito para sanar a falta de dinheiro. Publicado originalmente como textos separados em jornais, os capítulos foram posteriormente reunidos em livro. A exposição, inclusive, traz belas ilustrações feitas pelo artista plástico Charles Umlauf para a versão norte-americana da obra. ONTEM E HOJE Ainda na Casa da Cultura, o jornal O Globo organiza a pequena exposição Outras Vidas, a Mesma Seca – o Nordeste Atual e a Obra de Graciliano Ramos. A mostra revela um Nordeste atual muito semelhante ao descrito pelo autor há mais de 50 anos. Trechos de obras de Graciliano acompanham fotos contundentes sobre a seca, a fome e a miséria da região. |
Comentários
Postar um comentário