Estivadores encerram protesto após paralisação durante a manhã
O protesto que reuniu cerca de mil
estivadores em Santos, no litoral de São Paulo, chegou ao fim por volta
das 12h desta quarta-feira (10). A manifestação aconteceu durante toda a
manhã e ocorreu porque os trabalhadores não foram convocados pelo Órgão
Gestor de Mão de Obra (Ogmo) para atuar no terminal da Empresa
Brasileira de Terminais Portuários (Embraport). O grupo chegou a
bloquear a Anchieta na entrada de Santos. Segundo a Codesp, 13 navios
ficaram sem operar no Porto de Santos por falta de mão de obra.
Ao
contrário do que aconteceu nos últimos dias, quando os protestos da
estiva reuniram poucas pessoas, as manifestações cresceram e o grupo
utilizou faixas contra a MP 595, carros de som e fogos de artifício para
chamar atenção. Enquanto dezenas de estivadores abriram caminho
utilizando motos e fazendo buzinaço, outros seguiram andando. O carro de
som encerrou a manifestação.
Os
estivadores exigem que a Embraport utilize os profissionais escalados
pelo Ogmo. Já a empresa afirma que não vai ceder e que está amparada
pela nova Lei dos Portos, que prevê a contratação por meio da
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Por
volta das 10h, o grupo chegou na entrada de Santos e bloqueou as duas
pistas da Anchieta e a avenida Nossa Senhora de Fátima. Após uma hora de
paralisação, os manifestantes subiram no viaduto da Alemoa e
interromperam o tráfego de caminhões no sentido centro de Santos. Por
volta das 12h o grupo finalmente chegou na porta da Alfândega e encerrou
o protesto.
Em
nota enviada ao 'G1', a Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), afirma que 35 navios estão atracados no Porto de Santos. Por
causa dos protestos, 13 estão com operações paralisadas. Os outros 22
funcionam normalmente porque não necessitam de mão-de-obra.
Histórico
Nesta
terça-feira (9), um grupo com cerca de 20 estivadores se reuniu na rua
Antônio Prado, no Porto de Santos, próximo a Alfândega, e bloqueou a
via. Eles utilizaram um contentor de lixo e faixas para interditar a
pista que é utilizada para o acesso aos terminais portuários.
Na
última quarta-feira (3), estivadores e portuários fecharam os dois
sentidos da Rua Xavier da Silveira, no Centro da cidade, próximo à
Alfândega, causando um grande congestionamento de veículos. Os mais de
40 trabalhadores queimaram pneus, soltaram fogos e formaram barricadas
com pedras e pedaços de madeira. Um grupo de estivadores invadiu o
prédio da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e desocupou o
local no início da noite a pedido da Polícia Federal.
Depois
das manifestações, na quinta-feira (4), houve uma reunião que durou
cerca de três horas, entre o Sindicato dos Estivadores e representantes
da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Empraport). Eles não
conseguiram entrar em acordo sobre a mão de obra utilizada nos
terminais. Por isso, representantes do Sindicato dos Estivadores
disseram que as manifestações irão continuar.
A
Embraport informa que está cumprindo integralmente o que determina a
nova Lei dos Portos, que permite ao terminal privado contratar
trabalhadores pelo regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT),
que é o regime que dá mais segurança e garantias ao trabalhador. A
empresa vem anunciando as vagas disponíveis para estivadores, dando
preferência aos trabalhadores registrados e cadastrados no OGMO (Órgão
Gestões de Mão de Obra) para contratação com vínculo empregatício com
base na CLT.
Ainda
segundo a empresa, desde o início deste ano, mantém diálogo constante e
individual com as diversas categorias sindicais portuárias e,
inclusive, já fechou acordos coletivos de trabalho com sindicatos. A
empresa confia que as negociações com os demais sindicatos chegarão a um
consenso o mais rápido possível.
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