Esportes proporcionam inclusão social em Manguinhos

Crianças e adolescentes participam de escolinha de futebol e aulas de natação


Seis meses após a instalação da UPP de Manguinhos, as crianças da comunidade não ganharam apenas mais segurança para brincar nas ruas. Aulas de natação, jiu-jitsu, muay thai e escolinha de futebol já fazem parte das opções de projetos gratuitos comandados por militares da unidade. Em iniciativas que não ultrapassam três meses de criação, mais de 200 jovens moradores estão sendo beneficiados.

Árbitro federado de futebol, o soldado Ângelo Lúcio, de 32 anos, decidiu dar ao grande campo de grama sintética uma utilidade a mais do que servir apenas para as "peladas" de domingo. Depois de observar que as crianças não tinham muitas oportunidades, montou um projeto e pediu autorização ao comandante. Buscou parcerias, comprou material com o próprio dinheiro e está conseguindo matar a fome de bola de mais de 80 meninos.

- Eles não tinham oportunidades e eu já treinei crianças antes de entrar para a polícia. Vejo que alguns têm bastante qualidade e precisam de um empurrãozinho. Por isso, além de treiná-los, quero fazer passeios para clubes de futebol e mostrar como funciona a rotina deles - disse o soldado Lúcio.

Aos gritos de incentivo ao filho que corre atrás da bola, a dona de casa Rosilda Rodrigues, de 46 anos, se orgulha pela desenvoltura do menino e agradece pela oportunidade dada pelo policial. Segundo ela, Guilherme, de 11, sempre gostou de futebol, leva jeito, mas sentia falta de um treinador.

- É um sonho ter o projeto. As crianças não tinham nada, agora vão até disputar campeonato. Ele joga muito bem e tenho certeza que vai ser visto. Mas, por enquanto, estou satisfeita com o resultado até dentro de casa. Ele está muito mais responsável - contou Rosilda.

Apaixonado por futebol, Lucas da Conceição, de 11 anos, já se vê com um jogador profissional. O lateral direito tem o mesmo sonho dos outros colegas: jogar num grande time.

- A escolinha é uma ótima chance. O professor é muito bom e estou ansioso para o primeiro jogo fora daqui - disse Lucas, referindo-se a uma partida contra o time da UPP da Mangueira.

Natação tem mais de 100 alunos

Ao lado do Centro de Referência da Juventude, onde ocorre o projeto jiu-jitsu e muay thai também liderados por policiais, as crianças aprendem a nadar na piscina do Colégio Estadual Luiz Carlos da Vila. Graduados em Educação Física, os soldados Igor Silva e Fábio Muradas, começaram a dar aulas de natação e hidroginástica há dois meses e já têm mais de 100 alunos.
- O projeto vai além da natação. É de educação também, pois proporciona inclusão social e disciplina. Em um mês, já vemos a mudança de postura deles - disse Muradas.
Empolgados com as aulas, o adolescente Luiz Henrique da Silva, de 14 anos, mudou a imagem que tinha sobre policiais depois do início do curso.
- Sempre quis fazer natação, mas não tinha dinheiro. É minha primeira vez e tem sido muito bom. Hoje, vejo os policiais de maneira diferente do que antes. Eles me ajudam, me ensinam. Acho que estou até mais disciplinado e desenvolvido - afirmou o jovem.

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