Corrente do PT propõe plebiscito interno para reformar o partido

Líderes da corrente Esquerda Democrática (ED)  do Partido dos Trabalhadores (PT) estiveram reunidos nesta segunda-feira (08) com o presidente do PT/RS, Raul  Pont, entregando a proposta de realização de plebiscito interno em outubro, um mês antes do Processo de Eleições Diretas (PED) do partido.
O documento com a proposta e as oito perguntas a serem feitos no plebiscito foi entregue por Marcelo Danéris (Secretário executivo do CDES-RS), Henrique Fontana (deputado federal) e Stela Farias (deputada estadual).  A proposta será entregue também ao presidente nacional da sigla, Rui Falcão nesta terça-feira (09).
Esta deliberação foi tirada em reunião da tendência no fim de semana diante da crise de representatividade do atual sistema eleitoral,  explicitada nas recentes manifestações ocorridas no Brasil. “O PT pode aproveitar o momento para também para fazer uma reflexão interna e sair reformado deste processo”, registra Danéris.



Íntegra do documento da Esquerda Democrática

Um Plebiscito para o PT

As recentes manifestações sociais que acompanhamos em todo o país revelaram, entre outras características relevantes (direito a um transporte público de qualidade, respeito às minorias e às diferenças, educação, saúde), a crise de representatividade do atual sistema eleitoral e o seu evidente esgotamento. Importante referir que esta crise de representatividade vem se expressando, nos últimos anos, em diversas partes do mundo, como podemos acompanhar na Grécia, Portugal, Espanha com o 15M, no EUA com o Occupy, na Primavera Árabe, nos estudantes do Chile. Mas no caso brasileiro, o desafio que se mostra essencial e urgente é reformar o nosso próprio sistema eleitoral e democrático, com uma Reforma Política do Sistema representativo e eleitoral, a partir de uma ampla consulta nacional plebiscitaria.
Mas também é importante reconhecer que as manifestações no Brasil evidenciaram o esgotamento do atual modelo de organização partidária, no qual a população não o reconhece como um canal real por onde possa fluir suas demandas, idéias, reivindicações, sonhos, direitos, mesmo para um partido democrático e originário das lutas sociais como o PT. O PT precisa, diante do recado que veio das ruas, resignificar e repensar sua forma de organização, de maneira que possa se reencontrar com seu próprio tempo e com uma juventude e uma sociedade que hoje reconhecem apenas as ruas como ferramenta de luta e transformação. Nesse sentido, perguntamos:  frente as manifestações, suas consequências e a necessidade de mudanças, o PT não deveria reformar urgentemente seu sistema eleitoral para o PED de 2013, integrando uma série de elementos surgidos a partir dos últimos acontecimentos, como as redes sociais, o financiamento público, a representação de minorias, gênero, etnia, raça, juventude?
Entendemos que sim, é fundamental trazer para os filiados do PT a possibilidade de se manifestar sobre o futuro do PT e sua organização representativa.  Um partido de esquerda que resgate seu caráter formador e libertador, no sentido dos valores do socialismo democrático e na disputa com os setores conservadores da sociedade. Nos parece que não é possível manter os mesmos critérios de participação e eleições atuais do partido, uma nova forma organizativa e eleitoral deve emergir no partido com a nova conjuntura política e histórica.
Assim propomos a realização de um Plebiscito interno ao PT a ser realizado até o dia 1º de outubro deste ano para todos os filiados regulares do partido, independente de tempo de filiação e contribuição. As novas regras advindas das decisões desse plebiscito devem vigorar para as eleições do PED 2013, sem alteração de datas. Para a consulta plebiscitáreis partidária sugerimos as seguintes perguntas:


1.      Você concorda com a Reforma do Sistema Eleitoral Interno do PT?
2.      Você concorda com a Convocação Exclusiva para Reforma Estatutária?
3.      Você concorda com o financiamento único (realizado pelas direções partidárias através de um fundo) para as candidaturas ao PED?
4.      Você concorda com a integração das Redes Sociais nos processos de consultas e eleições do PT?
5.      Você concorda com a realização de Primárias para escolha dos nossos candidatos majoritários para as eleições em todas as esferas federativas (municípios, estados e União)?
6.      Você concorda com a escolha em lista fechada para definição dos candidatos proporcionais do PT para eleições em todos os níveis?
7.      Você concorda com o fim das coligações de tendências internas para formação de chapas para os diretórios e instâncias partidárias?
8.      Você concorda com a fidelidade de Chapa para os eleitos no PED?


Fotos: Tina Griebler

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