Conversações sobre o cotidiano no SUAS
Conversações sobre o cotidiano no SUAS |
Psicólogas
e psicólogos que atuam no SUAS (Sistema Único de Assistência Social) em
diversos municípios de Minas Gerais estiveram reunidos no dia 6 de
julho, em Belo Horizonte. Com o tema “Conversações sobre o cotidiano do
trabalho”, o Encontro Mineiro das(os) Piscólogas(os) no SUAS reuniu
cerca de 70 participantes com uma metodologia que priorizou a
apresentação das experiências profissionais.
“Ficou
muito claro a importância dessa metodologia para que as pessoas
apresentassem suas experiências e sua criatividade”, afirma Márcia
Mansur, psicóloga e conselheira do Conselho Federal de Psicologia (CFP).
No início do encontro, os participantes foram divididos em grupos e
receberam uma questão, que norteou a discussão: “Quais as contribuições
que este grupo traz para o cotidiano do trabalho das(os) psicólogas(os)
no SUAS em Minas Gerais?”
Os
grupos foram orientados a discutir a partir de diversas dimensões, tais
como: ético-política da prática; formação; técnica; estratégias de
intervenção; protagonismo dos usuários; e trabalhadores. Ao final do
dia, os integrantes dos grupos apresentaram, em um formato livre, o
resultado das discussões.
Durante
as apresentações, os grupos trataram de questões que permeiam a atuação
dos psicólogos no SUAS. Entre elas, discutiu-se a participação desses
profissionais nos espaços de deliberação, a exemplo do Conselho Nacional
de Assistência Social (CNAS), o qual não conta com a participação de
nenhum psicólogo, que represente a categoria enquanto trabalhadores da
área de assistência social. “Somente através do protagonismo político do
psicólogo é que conseguiremos trabalhar o protagonismo dos usuários”,
afirma o psicólogo Fabiano Siqueira.
Os
grupos também discutiram o papel do psicólogo no SUAS e a importância
da aproximação entre os trabalhadores do Sistema e a gestão. Os
participantes apontaram para a necessidade de uma revisão curricular da
Psicologia, incluindo a questão dos direitos sociais desde a formação
acadêmica, e reivindicaram a garantia dos concursos públicos no Sistema Único de Assistência Social.
A
discussão sobre “atendimento psicoterápico x ação terapêutica” no SUAS
gerou divergências entre os participantes. Alguns defenderam a
psicoterapia, discutindo o sentido da clínica para além de seu sentido
liberal, mas abordando-a numa perspectiva de aprendizagem com o
indivíduo e com a família. Outros participantes do encontro acreditam
que os psicólogos no SUAS devem construir outras possibilidades de
intervenção.
Márcia
Mansur acredita que a identidade do psicólogo no SUAS está sendo
construída pelos profissionais que atuam no Sistema. “O usuário vai
procurando algo muito concreto, mas temos algo para oferecer que não é
concreto. Algo além da cesta básica e do vale transporte”, afirma.
|
Comentários
Postar um comentário