Cardápio especial será servido ao Papa Francisco e a doze jovens dos cinco continentes
Um dos
encontros da programação especial do Papa Francisco na Jornada Mundial
da Juventude (JMJ Rio 2013) é o almoço com 12 jovens representantes dos
cinco continentes. A refeição será realizada na sexta-feira, 26, no
Palácio São Joaquim, residência oficial do arcebispo do Rio de Janeiro e
presidente do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ, dom Orani João
Tempesta. Os preparativos estão sendo organizados por uma equipe
comandada pela irmã Zilá, superiora do Palácio, e o cardápio ficou por
conta da cozinheira Juraciara Nabuco. A acolhida do Papa será com
simplicidade.
Paroquiana de
São Mateus no bairro Oswaldo Cruz, Juraciara já trabalha há cinco anos
no Palácio. Ela conta que não imaginava cozinhar para o Papa. "Eu não
acredito até agora. É uma coisa inacreditável", diz emocionada.
Para a ocasião,
a cozinheira programou um prato especial: arroz com abóbora, invenção
dela, filé recheado com queijo provolone e aspargo na manteiga. Para
beber, vinho, e de sobremesa, o Papa e os jovens terão três opções, uma
delas será mousse de maracujá. Segundo a irmã Zilá, a sobremesa foi um
pedido da comitiva do Vaticano, que alegou que todos que vêm ao Brasil e
provam o mousse, gostam.
Um pouco de história
Construído na
primeira década do século XX, o Palácio é parte da história do início da
república brasileira. Foi a residência oficial do primeiro cardeal da
América Latina, o cardeal Arco Verde, e faz parte de um acordo entre
Igreja e Estado.
Na época,
início do regime republicano do Brasil, a capital do Estado, que até
então era o Rio de Janeiro, construiu o palácio para ser uma das
repartições públicas do novo governo. No mesmo período, a Santa Sé
decidiu enviar um cardeal para a Província do Prata formada por
Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil, a mais antiga da América Latina. O
país escolhido foi a Argentina, mas ainda ia precisar construir um
palácio para o cardeal.
O governo
brasileiro acreditava que a presença do cardeal no país reforçaria o
novo sistema político e por isso ofereceu o palácio recém-construído
para ser a residência oficial. Assim, o Vaticano transferiu o cardeal
para o Brasil que foi morar no Rio de Janeiro em vez de em Buenos Aires.
O Palácio, por sua vez, construído em divisões de salas, precisou ser
adaptado para abrigar o cardeal Arco Verde.
Acervo artístico do Palácio
O projeto
imponente do arquiteto espanhol Morales de Los Rios, tem um estilo
eclético próprio da época que rompia com o antigo e tentava inovar.
Construído em pó de pedra, o material mais moderno e valioso do início
do séc. XX, o Palácio tem poucos elementos religiosos. Os estuques são
com flor de acanto e as pinturas de istence dos corredores são com
elementos fitomórficos. Os poucos elementos religiosos foram colocados
na adaptação do Palácio.
De acordo com o
Padre Wanderson Guedes, restaurador formado pela escola de Belas Artes,
a Capela e a Sala do Trono foram adaptadas. "Os estuques da Sala do
Trono foram adaptados com elementos religiosos. A capela do Palácio não é
uma capela projetada. Ela não tem nada que marque a estrutura de uma
capela", diz.
Os móveis do
Palácio são de diferentes épocas e estilos. Do período pré-colonial ao
eclético, todos foram construídos com madeira nobre. E o jardim do
Palácio tem a preocupação de retratar as de diferentes regiões e climas
do Brasil com várias árvores frutíferas como saputi, eugenia e manga.
E uma
curiosidade: o Palácio São Joaquim fica no bairro da Glória, vizinho ao
bairro sede do governo local da época, o Palácio do Catete. Segundo
padre Guedes, isso mostra outra característica da época, a busca por
manter Igreja e Estado próximos, apesar da separação do Regime
Republicano.
Fonte: Rio 2013
Da redação do Portal Ecclesia.
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