CPMI rejeita pedir separadamente ligações entre jornalista da Veja e Cachoeira

Senadores e deputados decidiram não pedir separadamente à Polícia Federal (PF) os diálogos entre a organização criminosa investigada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira e pessoas com quem ele manteve ligações telefônicas. A comissão optou por solicitar todas as gravações brutas feitas pela Polícia Federal (PF), que deverão ser analisadas por técnicos do Congresso.
A decisão foi tomada após a discussão sobre se os diálogos entre o diretor da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, e o próprio Cachoeira, além de outros membros da organização, deveriam ser pedidos separadamente para a PF. Como já havia sido aprovado requerimento para que o material bruto seja enviado à CPMI, o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), recomendou ignorar requerimentos para a individualização.
O relator frisou que pesa uma suspeita contra o jornalista, fato que deve ser investigado, mas ressalvou: “Estamos investigando condutas e não a imprensa”.
O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), autor desse requerimento, lembrou que Policarpo depôs na Câmara como testemunha de defesa de Carlinhos Cachoeira, em 2005. “Ele trouxe cinco horas de gravações feitas pelo bicheiro e entregues à Veja”, disse.
Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a permanência dessa ligação com a organização criminosa gera dúvidas, e essas dúvidas precisam ser investigadas pela CPMI. “Se não houvesse tantas ligações entre ele e Cachoeira, não estaríamos investigando”, disse.
Mas o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) liderou uma defesa de Policarpo baseada na liberdade de imprensa. Para ele, a imprensa precisa ter liberdade para investigar, e para isso muitas vezes se aproxima de organizações criminosas. “Além disso, perguntei objetivamente aos delegados se houve crime na atuação do Policarpo e eles disseram que não”, afirmou.
Collor discordou, e lembrou que os delegados disseram não ter conhecimento de todas as ligações entre o jornalista e o contraventor.

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