CPI pode votar até dia 17 a convocação de Marconi Perillo

Paulo Cezar Barreto
Segundo o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), o depoimento do delegado Matheus Mella Rodrigues na reunião desta quinta-feira (10) confirmou a presença da organização criminosa do bicheiro Carlinhos Cachoeira em governos estaduais, especialmente em Goiás. O deputado, disse, porém, que é preciso calma e cautela nas investigações para que não haja injustiças.
- É preciso haver individualização de conduta. Nós não vamos deixar produzir generalizações. Queremos identificar quem contribuiu com a organização criminosa e qual foi o nível dessa contribuição. É atrás disso que nós estamos – afirmou.
Odair Cunha disse haver preponderância da infiltração da organização de Cachoeira no governo de Goiás, mas lembrou que o Distrito Federal e outros estados também foram mencionados como alvos de investigação.
O relator da CPI espera que até a próxima quinta-feira (17) seja apreciada pela CPI a convocação do governador Marconi Perillo.
Em relação ao depoimento de Cachoeira, agendado para a próxima terça-feira (15), Odair Cunha disse que a comissão espera a colaboração do contraventor com o trabalho das investigações.
Relação direta
No mesmo sentido, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) deixou a audiência convencido da necessidade do depoimento de Marconi Perillo e de vários agentes públicos do estado de Goiás. Entre as irregularidades apuradas, haveria uma cota de nomeação de dirigentes no Detran de Goiás, e o procurador-geral do estado, Ronald Bicca, atuaria como “advogado” de Cachoeira.
- Em alguns casos, há indícios de pagamento de mesadas para secretários do governo do estado de Goiás – disse Randolfe.
Também merece investigação pela CPI, segundo Randolfe, a relação “pessoal, direta, permanente e presente” de Cachoeira com Wilder Morais, secretário estadual de Infraestrutura e suplente do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
Delta
Para Randolfe, os dados apurados tornam indispensável a presença na CPI dos sócios da Delta Construtora, especialmente Fernando Cavendish, Heraldo Puccini Neto e Carlos Pacheco.
- É impossível uma empresa como a Delta ter uma de suas setoriais tão envolvida com a organização criminosa de Carlos Cachoeira, ter Cláudio Abreu na condição de sócio de Cachoeira, ter o mesmo tesoureiro de Cachoeira, e o conjunto da empresa não ter conhecimento dessas movimentações.
Randolfe também protestou contra a operação de venda da Delta durante o curso das investigações, situação agravada pelo fato de a empresa compradora ter participação do BNDES.
Agência Senado

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