Conselho de Ética deve votar relatório preliminar sobre Demóstenes em 8 de maio
Anderson Vieira
O documento, que pode recomendar ou não abertura de processo administrativo disciplinar contra o senador goiano, deve ser lido e debatido no dia 3 de maio, conforme cronograma definido na reunião realizada na manhã desta quinta-feira (26).
Segundo o presidente do Conselho, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), nessas duas datas Demóstenes Torres ou um de seus advogados poderão comparecer às reuniões para apresentação de defesa oral. A defesa escrita foi entregue na noite de 25 de abril, e as cópias já foram encaminhadas a todos os integrantes do colegiado
– Todas as reuniões e atos deste Conselho estão sendo comunicados previamente ao acusado. Ele poderia até ter vindo hoje. Vamos continuar garantindo o respeito ao contraditório e à ampla defesa – afirmou.
Relatório
O relator Humberto Costa informou que recebeu a defesa prévia e
começará a trabalhar no relatório mesmo sem ter ainda em mãos as
informações solicitadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).– Não recebemos até agora nenhum documento requisitado ao STF, mas já sabíamos que nesta etapa inicial eles não seriam mesmo usados, portanto, não haverá prejuízo para a elaboração do relatório – explicou em entrevista após a reunião.
Segundo o relator, todas as questões suscitadas na defesa escrita de Demóstenes serão respondidas no relatório preliminar, entre elas, a solicitação para que o Conselho de Ética aguarde manifestação do Supremo sobre a legalidade das escutas telefônicas de conversas entre o senador e o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Se o relatório preliminar for contra a abertura de processo disciplinar, ainda assim a reunião do dia 8 está mantida, de acordo com Humberto Costa.
– Poderá haver uma discordância dos integrantes do Conselho em relação a um eventual pedido de arquivamento e isso tem que ser deliberado – esclareceu.
Estratégia
Após a reunião, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) mostrou-se
preocupado com a celeridade dos trabalhos do Conselho de Ética, diante
da “estratégia da acomodação” e a “busca de se ganhar tempo” da defesa
de Demóstenes Torres. Segundo Dias, é um julgamento de natureza
política e é necessário rapidez.– Há sempre o desejo de se esvaziar o assunto diante da opinião pública. O escândalo de hoje faz esquecer o de ontem e espera o de amanhã para ser esquecido. Esta é a estratégia da defesa – opinou.
Agência Senado
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